Comportamento animal: por que meu pet arranha os móveis?
Você sai por alguns minutos, volta para a sala e percebe novas marcas no sofá, no pé da mesa ou na lateral da porta. Isso pode ser explicado através do comportamento animal. A reação costuma ser imediata: frustração, irritação e a sensação de que o pet fez aquilo “de propósito”.
Índice
- Arranhar não é mau comportamento animal: é instinto
- Comportamento animal: por que meu pet arranha os móveis?
- Marcação de território (principalmente em gatos)
- Estresse, ansiedade ou tédio
- Falta de orientação clara
- Comportamento animal: o erro do tutor que piora tudo (sem perceber)
- Comportamento animal na prática: como evitar que seu pet arranhe os móveis
- Ofereça alternativas adequadas
- Enriqueça o ambiente
- Reforce o comportamento correto
- Observe padrões e horários
- Quando procurar ajuda profissional
- Conclusão: entender é sempre o melhor caminho
- Perguntas frequentes sobre comportamento animal
No entanto, na maioria das vezes, arranhar móveis não é desobediência nem provocação. Pelo contrário. Trata-se de uma forma legítima de comunicação. Quase sempre, é um pedido que não foi compreendido pelo tutor.
Por isso, entender o que está por trás desse comportamento é essencial. Ao longo deste artigo, você vai descobrir por que seu pet arranha os móveis, quais são os erros mais comuns dos tutores e, principalmente, o que fazer para corrigir o comportamento de forma saudável, respeitosa e eficaz.
Arranhar não é mau comportamento animal: é instinto
Antes de qualquer tentativa de correção, é fundamental ajustar o olhar. Arranhar faz parte do comportamento natural, especialmente dos gatos, mas também pode aparecer em cães — principalmente filhotes ou animais mais ansiosos.
De acordo com a ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals), comportamentos como arranhar, roer ou cavar fazem parte das necessidades físicas e emocionais dos animais, sendo formas naturais de alívio de tensão e comunicação com o ambiente.
Quando o pet não encontra um local adequado para expressar esse instinto, ele simplesmente usa o que está disponível. E, na maioria das casas, isso significa móveis, portas, sofás e rodapés.

Comportamento animal: por que meu pet arranha os móveis?
Em primeiro lugar, no caso dos gatos, arranhar é essencial para desgastar as unhas, alongar os músculos e manter o equilíbrio físico. Já em cães, esse comportamento costuma estar associado à liberação de energia acumulada, frustração ou ansiedade.
Segundo a RSPCA (Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals), quando essas necessidades não são atendidas de maneira adequada, comportamentos destrutivos tendem a surgir como forma de compensação.
Dessa forma, o móvel acaba se tornando a alternativa mais acessível — ainda que indesejada.

Marcação de território (principalmente em gatos)
Além disso, gatos possuem glândulas odoríferas localizadas nas patas. Ao arranhar, eles deixam marcas visuais e químicas que indicam pertencimento e segurança.
Por esse motivo, é bastante comum que os alvos preferidos sejam:
- o sofá mais utilizado da casa,
- a lateral da cama,
- móveis próximos à entrada ou áreas de circulação.
Esses locais fazem parte da identidade territorial do animal e, portanto, não devem ser interpretados como desafio ao tutor.

Estresse, ansiedade ou tédio
Da mesma forma, mudanças na rotina, ausência prolongada do tutor, chegada de outro animal, excesso de estímulos ou, ao contrário, falta deles podem gerar estresse emocional. Quando isso acontece, o pet procura uma forma de aliviar a tensão acumulada — e, nesse contexto, arranhar móveis passa a funcionar como uma válvula de escape.
A AVSAB (American Veterinary Society of Animal Behavior) destaca que comportamentos repetitivos ou destrutivos frequentemente estão ligados a estados emocionais mal resolvidos, e não à “teimosia” do animal.
Se você já percebeu que seu pet fica mais agitado quando está sozinho ou apresenta mudanças comportamentais em determinadas situações, vale aprofundar esse olhar. No artigo Comportamento Canino: Decifrando as Emoções do Bob, explicamos como identificar sinais emocionais no dia a dia e entender o que o comportamento do cachorro está tentando comunicar.
Nesse cenário, o móvel arranhado deixa de ser o problema principal e passa a ser apenas um sintoma.

Falta de orientação clara
Outro ponto importante, e muitas vezes ignorado, é que o pet não nasce sabendo onde pode ou não arranhar. Se ninguém ensina, demonstra ou direciona, ele cria suas próprias regras com base no ambiente em que vive.
Portanto, em muitos casos, o comportamento persiste não por rebeldia, mas por falta de alternativas claras e consistentes.
Comportamento animal: o erro do tutor que piora tudo (sem perceber)
Diante do problema, é muito comum que o tutor reaja de forma impulsiva. Gritos, sustos, broncas ou até borrifar água acabam sendo usados na tentativa de interromper o comportamento rapidamente. No entanto, embora essas atitudes pareçam funcionar no momento, elas não ensinam o comportamento correto.
Na prática, a punição atua apenas sobre o medo. O pet não entende o que deveria fazer de diferente — ele apenas percebe que algo desagradável aconteceu. Com o tempo, isso pode gerar insegurança, aumentar o nível de estresse e enfraquecer a confiança na relação com o tutor.
Além disso, o aprendizado dos animais não funciona de forma retrospectiva. O pet não consegue associar a punição a um comportamento que ocorreu minutos antes. Em vez disso, ele associa o desconforto à presença do tutor naquele instante. Como consequência, o comportamento não é corrigido e, em alguns casos, pode até se intensificar ou surgir de outras formas.
Por isso, interromper sem orientar costuma criar um ciclo frustrante: o tutor se irrita, o pet fica confuso e o problema continua. Substituir a punição por direcionamento e reforço positivo é o caminho mais eficaz para mudanças duradouras — tanto no comportamento quanto na relação entre vocês.

Comportamento animal na prática: como evitar que seu pet arranhe os móveis
Ofereça alternativas adequadas
Antes de mais nada, arranhadores, brinquedos resistentes e objetos próprios para roer ou arranhar são fundamentais. Além disso, observe se o pet prefere superfícies verticais ou horizontais e posicione esses itens próximos aos móveis que ele costuma usar.
Muitos tutores encontram arranhadores, brinquedos interativos e itens de enriquecimento ambiental em lojas especializadas como a Cobasi ou na Amazon, o que facilita testar diferentes opções até encontrar a mais adequada para o perfil do pet.
Enriqueça o ambiente
Além disso, ambientes pobres em estímulos favorecem comportamentos indesejados. Sempre que possível:
- inclua brinquedos interativos,
- alterne estímulos ao longo da semana,
- reserve momentos diários de brincadeira guiada.
Inclusive, a RSPCA destaca o enriquecimento ambiental como uma das estratégias mais eficazes para prevenir comportamentos destrutivos.
Reforce o comportamento correto
Sempre que o pet utilizar o local adequado, reforce positivamente com carinho, palavras suaves ou petiscos apropriados. Dessa forma, o aprendizado acontece de maneira clara, pois o animal entende o que funciona.
Observe padrões e horários
Por fim, é importante observar que muitos pets arranham móveis em momentos específicos: quando ficam sozinhos, durante a noite ou após longos períodos sem atividade. Ao identificar esses padrões, o tutor consegue agir de forma preventiva, antes que o comportamento aconteça.

Quando procurar ajuda profissional
Apesar de muitos casos serem resolvidos com ajustes no ambiente, nem todo comportamento pode ser tratado apenas dessa forma. Quando o ato de arranhar surge de maneira repentina, se intensifica com o tempo ou vem acompanhado de outros sinais — como apatia, agressividade, perda de apetite ou alterações no sono — é fundamental investigar mais a fundo.
Em diversas situações, comportamentos considerados “problemas” são, na verdade, sintomas de algo maior. Dor, desconforto físico ou até doenças em estágio inicial podem se manifestar por meio de mudanças comportamentais.
Para entender melhor como sinais aparentemente simples podem indicar problemas de saúde, vale a leitura do artigo Doenças comuns em cachorros: prevenção e cuidados, onde explicamos os principais alertas e a importância da prevenção.
Conclusão: entender é sempre o melhor caminho
Em resumo, quando você passa a compreender por que seu pet arranha os móveis, a forma de lidar com a situação muda por completo. Em vez de reagir com punição, surge a orientação. Da mesma forma, no lugar do conflito constante, entra o cuidado consciente.
Além disso, ao unir informação, paciência e pequenas mudanças na rotina, torna-se plenamente possível proteger seus móveis sem abrir mão do bem-estar do seu pet. Aos poucos, ajustes simples no ambiente e na forma de interação geram resultados duradouros e uma convivência mais equilibrada.
Por fim, vale lembrar que um lar harmonioso começa pela compreensão do comportamento animal. Quando o tutor aprende a observar, interpretar e agir com intenção, todos saem ganhando.
Se este conteúdo te ajudou, compartilhe com outros tutores, deixe um comentário contando sua experiência e continue explorando nossos artigos sobre comportamento animal aqui no blog.

Perguntas frequentes sobre comportamento animal
Sim. É um comportamento natural e esperado, porém precisa ser direcionado para locais adequados.
Não. A punição aumenta o estresse e dificulta o aprendizado correto.
Sim. Em cães, esse comportamento geralmente está ligado à ansiedade, tédio ou excesso de energia acumulada.
Você Também Pode Ler – Xixi no Lugar Certo: Como Ensinar Seu Cachorro
Aviso de Afiliada: este artigo contém links de afiliados. Isso significa que posso receber uma pequena comissão caso você faça uma reserva ou compra por eles — sem custo adicional para você. Todas as recomendações são feitas com base em experiência própria e pesquisa independente.





[…] esse tema te interessa, vale a leitura do artigo Comportamento animal: por que meu pet arranha os móveis?, com explicações simples e aplicáveis no dia a […]
[…] mais sobre como o comportamento pode sinalizar problemas no artigo Comportamento animal: por que meu pet arranha os […]